INTRODUÇÃO
“Em última análise, precisamos amar para não adoecer.” Sigmund Freud
Abordaremos neste artigo a arte de saber respeitar o amor, ainda que o amor entre os parceiros se acabe. Quando tratamos sobre o assunto, relacionamentos entre casais, geralmente, as pessoas ficam com o pé atrás. E pode-se dizer que, às mulheres – são quase que uníssonas neste assunto. O mundo feminino expõe mais frequentemente os sentimentos em comparação ao mundo masculino que, habitualmente expõe menos os seus sentimentos.
DO FIM X RESPEITO
Quando as pessoas se unem em comum acordo, mas em dado momento, o relacionamento chega ao fim – deveriam terminar com respeito – pelo o que ambas se proporão, consensualmente, pelo tempo que deu certo.
Àquele que se impõe ao rompimento, acaba por sentenciar-se, pois com o tempo, dar a entender que, o que uniu ao ex-parceiro (a) que resolveu partir – foi o seu sentimento de posse, sua vaidade, seu egoísmo, sua vida de conveniências. Provavelmente, não aceita o fim do relacionamento, pelo medo de parecer um fracasso amoroso para os outros.
Todavia, quem amou o/a ex, para além do sentimento de posse, deveria dar o direito que essa pessoa tem em partir, isto é, sem confusões, sem as fatídicas brigas judiciais, manipulações, mentiras e o desejo perverso de vingança.
Na realidade, muitas vezes o sujeito não aceita a decisão do outro, por posse – questões materiais e financeiras. Todavia, o egoísmo de não consentir o término do relacionamento, passa a impressão, que nunca amou o outro de verdade, para além de seus interesses… E se não consegue passar para outra fase de sua vida, depois do fim do relacionamento, certamente, é um (a) péssimo (a) amante – e um ser humano mesquinho. Àquele que conhece o amor para além da “paixão materializada”, reconhece que só será feliz – se deixar o outro seguir o seu caminho em paz.
Do mesmo modo, se colocar eternamente em posição de vítima, é o mesmo que assinar sua sentença de fracassado (a). Na realidade, na vida adulta, ninguém é vítima de ninguém, ninguém é senhor de ninguém, pois quando o amor e/ou o desejo de uma das partes acaba, só resta ao outro acatar. É preciso entender que a vida deve continuar, independentemente, se a decisão do outro – não foi correta do seu ponto de vista – o melhor seria: não sair destilando ódio e difamando o/a ex-companheiro (a), posto que ninguém deseja se relacionar com uma vítima, um ser negativo (a), rancoroso (a), amargo (a), imaturo (a). A vida fica paralisada na vingança se não houver o perdão, sobretudo, a si mesmo.
DA VITIMIZAÇÃO
Mas eis que vem a vitimização: eu sempre fiz o melhor para ele (a), mas o contrário não ocorreu. E, de repente, o sujeito resolve se separar como se o tempo em que vivemos juntos fosse indiferente. Ora, mas quem em sã consciência quer ao seu lado um ser humano que engana, mente e trai? Parece que faltou dignidade da parte traída, tendo em vista que deu prosseguimento a uma relação torpe, que o/a machucou por tanto tempo.
Na realidade, ninguém está condenado a viver até que à morte os separe. Aliás, as religiões deveriam rever essa “cláusula” e/ou essa “clausura”, pois impregnam na mente dos seus fiéis que, serão pecadores aos olhos do Criador – se após o casamento na igreja, resolverem se separar. Pecado é viver uma vida adoecida psicologicamente, tornando-se infeliz a ponto de adoecer fisicamente.
Manter alguém preso a um casamento e/ou a um namoro falido, é pose, é desejar possuir a alma do outro e tentar mantê-lo (a) em um cativeiro. Relações amorosas estendidas à força se tornam relacionamentos patológicos.
CONCLUSÃO
Parafraseando Martha Medeiros: “Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo. É o arremate de uma história que terminou, externamente, sem nossa concordância, mas que precisa também sair de dentro da gente.”
REFERÊNCIAS
Autora, Luzziane Soprani
MEDEIROS, Martha – Crônica “A Despedida do Amor”, 2001.
Catarina
Muito bom o artigo. Lendo, eu encontrei pedaços de mim e de outras pessoas que conheço também. Passei por uma experiência desse modelo na adolescência. Foi nessa época que comecei fazer terapia, e, de lá para cá, não parei. Minha mãe foi uma mulher muito amarga, viveu um casamento cheio brigas, ciúmes, possessividade. Foi assim da parte dela como do meu pai também, mas a minha mãe era uma mulher muito complicada, sempre cheia razão, restava ao meu pai aceitar. Hoje, são divorciados, mas ela nunca se conformou.
Aprendi na terapia que, não podemos responsabilizar as pessoas por nossos problemas. Em um casamento sempre tem os dois lados.E foi com essas experiências que descobri que, viver a dois não era aquilo que vivi em família. Depois de alguns tropeços encontrei meu marido, e devo dizer que precisei trabalhar muito os sentimentos negativos que me acompanhou desde a infância. Por isso, a terapia foi o melhor caminho.