“O poder é o camaleão ao contrário: todos tomam a sua cor.” Millor Fernandes

INTRODUÇÃO:

O presente artigo pretende abordar o poder do camaleão enquanto sujeito, que busca se reinventar diante os eventos que percorre durante a vida. O sujeito-camaleão ousa tomar várias versões de cores para suportar o vazio existencial, e para se reinventar enquanto sujeito diante às perdas e os aprendizados inerentes à vida. Portanto, a discussão neste artigo será sobre àqueles que usam o poder de forma tirana.

DO PODER:

O sujeito que não se utiliza de maneira pejorativa do poder que fortuitamente adquiriu – será respeitado e admirado pelo que é em essência. Ou seja, do ponto de vista psicanalítico, a essência nesta narrativa representa à parte boa do homem. Não que isso seja regra. Temos inúmeros casos, de pessoas que se aproveitam da posição social, do profissional, do status, do prestígio e do dinheiro, para enaltecer o ego. Ou melhor, para satisfazer seus desejos narcísicos. Tendo em vista, que o sujeito íntegro, não necessita de se enaltecer para ser admirado e/ou respeitado. Mas, se no decorrer da vida, a pessoa não tiver praticado boas ações, certamente, cairá no ostracismo. Desse modo, a rejeição é implacável. E isso ocorre justamente com aqueles que o admiravam e o respeitavam, apenas pelo poder e submissão velada. Acontece com muita frequência, no mundo dos negócios e na política: o sujeito, que deseja tirar proveito de tudo em seu benefício, independente, de quem quer que seja prejudicado com seus atos impensados e perversos. A falta de inteligência emocional e espiritual poderá levar uma Nação inteira à bancarrota.

DAS ESTRUTURAS:

Geralmente, o camaleão-neurótico, ou seja, de estrutura neurótica, quando recai nas suas más investidas, acaba por desencadear doenças psicossomáticas – o contrário dificilmente acontece com o camaleão-perverso, de estrutura perversa (embotada), que, sempre buscará manipular a todos para manter o poder sórdido – mesmo diante às recaídas. Como mencionado acima, é muito frequente e comum vermos exemplos assim, em uma grande maioria de políticos, de empresários e de executivos, que, exercem de forma equivocada o poder; assim, que o perdem não admitem e querem sair isentos de suas más investidas. Retratam-se sempre como vítimas.

“Entendi que não se conhece um ser humano pela doçura da voz, pela bondade dos gestos ou pela simplicidade das vestes, mas tão somente quando se lhe dá poder e dinheiro.” Augusto Cury

DA CAPACIDADE E TALENTO:

Substituir autoridade por alteridade, que em sua visão expandida é a capacidade de se colocar no lugar do outro. O sujeito íntegro, àquele que não se corrompe por trocas de favores, tem a capacidade de reconhecer que na escalada humana, às pessoas não valem menos pela: posição profissional, social, status, prestigio e dinheiro. Muito embora, ele saiba distinguir a capacidade e o talento de pessoas que alcançaram carreiras e ascenderam profissionalmente e economicamente – mas, o fizeram com dignidade e respeito, sem que fosse necessário passar por cima do outro para chegar a tal posição.

CONCLUSÃO:

Por fim, a capacidade digna e justa de um líder, é a grande missão daquele que ocupa o poder. É possível substituir autoridade por alteridade: desenvolver talentos e capacidades, corrigindo a má conduta usual e comum desse tempo. Dessa forma, as experiências negativas necessitam ser corrigidas por experiências positivas. E assim, queira, com força de vontade, determinação, reverter o passado maléfico para um presente positivo e produtivo em prol do todo. Esse é o tipo de conduta de um líder, é em tese, a grande missão daqueles que ocupam o poder.

Autoria própria